sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Desabafo. Ou...

Há muito deixei de buscar refúgio em lugares. Para mim, nada mais são do que recortes no espaço, onde não é possível encontrar qualquer conforto. Por si só, um lugar não é nada, a menos que esteja impregnado com as melhores lembranças.
Mais do que em lugares, busco refúgio nas pessoas. Não no abraço, no cuidado, na proteção que aprisiona a tantos numa dependência lamentável. O que me reconforta, frequentemente, é a existência.
Não preciso possuir. Não preciso sequer de uma convivência estreita e intensa. Só preciso saber que aquela pessoa existe.
Que inusitado e formidável que alguém seja capaz disso: trazer consolo e esperança pelo simples fato de existir. E quão raros são esses seres, capazes de tal pureza que sequer se reconhecem como o bálsamo que que renova a crença de que, talvez, o mundo não seja um lugar tão hostil assim.

Sendo assim, nesta alta madrugada, me recolho, mas não sem antes registrar as seguintes palavras: obrigada por existir.













3 comentários:

  1. Que belo, Livia, e que honesto. Talvez esse seja o limite da bem-aventurança. E pra que mais, né?!

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  2. Nice! Eu adoro seus textos de esperança. Parabéns!

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  3. Realmente bonito. Muitas vezes, a presença se mostra mais importante quando fragmentada, ao invés de ser contínua e tender a esmorrecer os laços. Ao menos é assim que entendo... Até porque, conseguimos ser ótimas companhias para nós mesmos.

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