sábado, 23 de fevereiro de 2013

Reflexão



Hoje resolvi que arrastaria minha mãe para um passeio. Ela tem ficado muito em casa cuidando do meu pai doente e estava precisando se distrair um pouco.
Jundiaí não é exatamente uma cidade com muitas opções de entretenimento, e com o sol a pino e o calor inclemente, nossas poucas opções de programas que envolvessem local coberto e ar condicionado nos levaram ao novo shopping center da cidade.
Por acaso, minha mãe estava se sentindo mão-aberta, e voltinha aqui, olhadinha na vitrine ali, ela acabou me dando dois presentes: um vestido da Antix e um sapato da Arezzo. Não ligo pra marcas, mas adoro os vestidos românticos da Antix. Além disso, minha mãe comprou um par de sapatos e um par de brincos para ela.
Voltei pra casa toda feliz por ter ganhado coisas tão lindas. Como agradecimento ao Universo, separei uma pilha de roupas que não usava mais, para serem doadas.
Enquanto fazia isso, pensei que, por mais que (muitas vezes) eu reclame da vida, ainda assim tenho muita sorte por, além de não me faltar nada, poder ter coisas bonitas, ao passo que tanta gente não tem nem uma roupa quente para se proteger do frio. Pensando nisso, tirei ainda mais coisas do armário. Roupas em perfeito estado, que ainda podem servir para outras pessoas. Peças que não eram usadas há várias estações.
Quem nunca guardou algo por muito tempo pensando "algum dia voltarei a usar"? E nunca voltamos. E enquanto isso, a roupa está lá, encostada, enquanto poderia estar sendo usada por outra pessoa. Tendo isso em mente, me desapeguei de várias coisas, algumas que eu ainda gosto, mas para que guardar, se não for usar?
O Universo agradece. E quem não tem o que vestir, também.