O beijo dele tinha gosto
de morangos argentinos. Ele sequer comera morangos, mas podia-se sentir o
sabor: doce e vermelho, levemente amaro. Amar o. Amá-lo.
Ela não relacionava o paladar
às balas de alcaçuz que havia comprado para ele. Não estava mais na noite fria
de São Paulo. Havia sido transportada para uma manhã de sol na Recoleta. Mães
levavam suas crianças pelas mãos a caminho da escola. Idosos faziam fila na frutería de esquina.
A frutería… o aroma fresco dos morangos. Os maiores, mais vermelhos e
tenros morangos que já provara.
Passara meses sonhando
com aqueles morangos, e agora era como poder degustá-los mais uma vez.
Algum dia saborearia os morangos argentinos novamente, naquela mesma frutería na Recoleta. Ao lado dele.
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